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Direito de Trânsito

As multas de trânsito ocorrem frequentemente no dia-a-dia das pessoas. Ao se depararem com tal situação, muita pessoas não sabem como lidar com elas. Após o pagamento, ficam em dúvida se deveriam ter pago e se a cobrança foi correta.

A lei de trânsito surgiu para informar as pessoas sobre seus direitos e obrigações no trânsito, para ajudá-las a evitar possíveis erros e para analisar suspeitas de infrações nas esferas administrativa, criminal e cível, conforme o caso.

Entenda melhor essas infrações de trânsito que causam tantos problemas para as pessoas.

O que é Lei de Trânsito?

O direito de trânsito é o ramo que regulamenta um conjunto de leis, normas, direitos e obrigações dos motoristas e pedestres, e busca, de forma imediata, abordar a abrangência do problema da garantia dos direitos de trânsito por meio de recursos. Essa questão jurídica, conhecida como lei de trânsito, desenvolve leis e administra a legislação de trânsito, analisando a solução mais adequada para determinada situação.

Quais são as principais Leis de Trânsito?

As leis de trânsito não são apenas burocracias a serem seguidas, elas são as mais importantes porque seu objetivo é promover a segurança de todos que utilizam as ruas e vias brasileiras, composta por pedestres, ciclistas e motoristas, evitando infrações e acidentes de trânsito, promover a cautela de todos os envolvidos e , o mais importante, respeitar a legislação brasileira.

Diante disso, pode-se argumentar que leis que proporcionem mais segurança no trânsito devem ser conhecidas, atuando como fiscais de trânsito, aplicadas por agentes públicos ou policiais, que têm o dever de exigir o cumprimento, utilizando diversos parâmetros como, por exemplo, o aplicação de multas. Confira as principais leis de trânsito do sistema brasileiro!

A obrigação do uso do cinto ou equipamento de segurança

Infelizmente ainda há muitas pessoas que dirigem e não usam o cinto de segurança com a devida constância em seu dia a dia, entretanto, este tipo de negligência pode gerar danos irreversíveis, como a perda de uma vida, especialmente, quando há alguém no banco de trás sem esta proteção.

As pessoas apresentam a errônea crença de que é apenas importante usar o cinto de segurança quando se está no banco dianteiro do veículo, fato este que é desmistificado diante de acidentes, uma vez que passageiros sem cinto de segurança que estão no banco traseiro estão sendo arremessados para fora do veículo.

Além disso, todas as crianças inferiores a 10 anos de idade precisam ser transportadas em equipamentos de segurança adequados, compatíveis com idade e peso, como bebê conforto, cadeirinhas e assentos de elevação próprios, devendo sempre estar no banco traseiro do veículo, pois de acordo com a ONG Criança Segura, o uso desse equipamento corretamente, reduz em 71% o risco de morte em caso de acidentes.

Estudos revelam que 53% dos passageiros que transitam no banco traseiro, 15% dos passageiros no banco dianteiro e 13% dos motoristas não usam cinto de segurança, segundo Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP).

Ainda, o mesmo estudo expôs que 69,4% dos passageiros de bancos traseiros que morreram em acidentes nas rodovias estavam sem cinto de segurança, já as vítimas fatais que estavam no banco dianteiro sem cinto chegam a 38,4% e a 50,1% no caso dos motoristas, isso nos anos de 2012 a 2014, dados da realidade brasileira do trânsito que se revelam preocupantes. Perante o exposto, é crucial ressaltar que todos aqueles que estiverem dentro de um veículo devam usar, obrigatoriamente, o cinto de segurança. 

Nunca dirigir após ingerir álcool

Os condutores de todo o país possuem pleno discernimento quanto ao fato de que bebida alcoólica e direção não se misturam, entretanto, há uma série de infrações cometidas no trânsito relacionadas a embriaguez, fator este que faz com que cada vez mais essa fiscalização se torne comum e eficiente.

Segundo o levantamento realizado pela Arteris, em pesquisa nacional sobre comportamento no trânsito, 69% dos motoristas disseram nunca dirigir após consumir bebida alcoólica e 31% admitiram dirigir alcoolizados.

Como consequência do exposto, que a blitz e a Lei Seca vem sendo os principais instrumentos para combater e apreender os condutores embriagados que trafegam nas ruas e estradas, colocando todos em perigo.

Respeito aos limites de velocidade

É preciso respeitar os limites de velocidade, uma vez que o excesso está interligado ao alto número de acidentes de trânsito, devido ao fato de condutores ignorarem esse limite imposto nas vias e perderem o controle de seus veículos, uma vez que agir assim diminui a capacidade de se antecipar diante de possíveis perigos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos principais fatores de risco no trânsito é a alta velocidade, além do uso de substâncias alcoólicas associadas à direção e ausência de cinto de segurança e capacete.

Os limites de velocidades estão presentes nas principais vias para serem seguidos e para garantir a segurança do condutor e de terceiros. 

Prestar socorro

Todos os condutores podem se envolver em um acidente ou presenciar um, em determinado momento de sua vida, e caso aconteça a segunda hipótese, é importante parar para prestar socorro às vítimas, a fim de evitar possíveis penalidades criminais, cíveis ou administrativas. 

Se esse socorro não é prestado, ocorre o que chamamos de omissão de socorro, e uma multa de natureza grave será aplicada, entretanto, este ato além de ser uma infração de trânsito, poderá se constituir em crime de trânsito sob pena de detenção.

Por isso é importante estar sempre atento ao trânsito e dirigir com cautela, caso contrário, será necessário recorrer a um especialista, não só em Direito de Trânsito, mas também em Direito Penal, para realizar a sua defesa.

Dirigir sem uma habilitação

Quando um condutor está dirigindo sem habilitação, sem o documento físico, ou ele está cassado ou vencido, ocorrerá a aplicação de uma multa de natureza gravíssima como consequência deste ato. 

No Brasil, conforme pesquisa realizada pela Volvo, muitos jovens entre 16 e 25 anos dirigem carros sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sendo grande parte deles de cidades do interior.

Tendo em vista isso, é essencial reafirmar que é preciso dirigir portando a documentação do veículo em conformidade com a lei, para que se evite transtornos e punições relacionadas a isso. 

Quais são as regras básicas de segurança no trânsito?

Ter boas práticas no trânsito, respeitando regras básicas, é parte do exercício da própria cidadania, coisa essa que vai além do respeito à legislação brasileira de trânsito. Assim sendo, confira algumas dessas regras:

  • Realizar a manutenção de seu automóvel com frequência;
  • Respeitar a sinalização;
  • Dirigir em boas condições físicas e mentais;
  • Não parar o veículo em fila dupla;
  • Manter uma distância segura dos demais veículos;
  • Não utilizar o celular enquanto dirige;
  • Respeitar a faixa de pedestres e dar a preferência mesmo se o pedestre estiver fora dela;
  • Trafegar dentro dos limites de velocidade permitidos.

São práticas essenciais para evitar uma possível judicialização de um ato de trânsito, ou até mesmo, práticas a serem alegadas em uma possível defesa advinda de uma punição aplicada injustamente, e é aí onde entra a ferramenta e o uso do Direito de Trânsito.

Qual é a Lei do CTB?

A lei que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), importante instrumento do Direito de Trânsito, é a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que rege o trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação.

Está disposto claramente nesta lei o que é trânsito, em seu § 1º, do art. 1º. Confira:

“Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.”

A Lei traz a proteção de todos aqueles envolvidos no trânsito e a ideia de que é um direito universal transitar em condições seguras, sendo dever dos órgãos e das entidades de trânsito tomar as medidas necessárias para que seja assegurado isso, e caso não seja da devida forma, o Direito de Trânsito surge para garantir o respeito ao ordenamento jurídico, ajudando a combater a propagação de punições indevidas ou injustiças.

Quais são os tipos de crime de trânsito?

Algumas infrações de trânsito podem não ser consideradas apenas infrações, e isso ocorre devido ao fato de algumas se tornarem e serem tratadas, julgadas e penalizadas como crimes de trânsito.

Para entender essa diferença, confira!  

Infrações de trânsito

De acordo com o artigo nº 256 do CTB, as penalidades possíveis para as infrações de trânsito são:

  • Advertência por escrito;
  • Multa;
  • Suspensão do direito de dirigir;
  • Cassação da carteira de habilitação ou da permissão para dirigir;
  • Frequência obrigatória em curso de reciclagem.

Essas infrações podem ser de natureza leve, média, grave ou gravíssima, sendo que para cada natureza de infração é gerado um valor de multa, que pode ser atualizado no decorrer dos anos.

Infrações de trânsito consideradas crime

Os crimes de trânsito podem ser punidos de diversas formas, são elas: com multa, suspensão do direito de dirigir, proibição de obter o direito de dirigir e até de detenção em regime aberto ou semiaberto.

Veja algumas infrações consideradas crimes de trânsito, conforme exposto no CTB:

  • Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor, ou seja, matar de forma não proposital. A pena é de suspensão ou proibição do direito de dirigir e detenção de 2 a 4 anos;
  • Deixar de prestar socorro à vítima de imediato ou, na impossibilidade por justa causa, deixar de solicitar auxílio às autoridades responsáveis. A pena é de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa, se não houver caracterização de crime mais grave;
  • Dirigir tendo a capacidade psicomotora alterada devido ao efeito de álcool ou outras substâncias psicoativas que causem vício e dependência. A pena é de suspensão ou proibição do direito de dirigir, multa e detenção de 6 meses a 3 anos;
  • Participar de disputas ou realizar manobras perigosas com o veículo, gerando situação de risco. Pena de detenção de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição do direito de dirigir;
  • Desrespeitar a velocidade permitida nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande concentração de pessoas. A pena é de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa.

O que faz o advogado de Direito de Trânsito?

O advogado de Direito de Trânsito garante que tanto a legislação de trânsito, como os direitos e deveres dos motoristas e pedestres sejam respeitados como um todo, sendo um profissional apto a orientar, aconselhar, propor soluções e auxiliar juridicamente em questões de trânsito.

Atuar no Direito de Trânsito como advogado inclui saber lidar e resolver algumas das situações abaixo:

  • Recurso de multas, de suspensão de CNH e de cassação de CNH;
  • Seguro DPVAT;
  • Pontuação na CNH;
  • Acidentes de trânsito;
  • Indenização;
  • Lei Seca;
  • Teste do Bafômetro.

Diante do apresentado, pode-se concluir que o advogado de trânsito promove não apenas recursos de punições jurídicas e administrativas, mas também busca garantir aquilo que é certo e devido à parte lesada.

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Qual é a importância do profissional de Direito de Trânsito?

Questões de trânsito estressam bastante as pessoas, de modo geral, e quanto antes esses problemas forem resolvidos para que se evite um possível impedimento na sua locomoção, mais satisfatório será para a parte lesada, e é aí que está a fundamental importância do profissional especializado em Direito de Trânsito.

O advogado especialista em Direito de Trânsito, ao produzir um recursos e teses bem elaboradas, traz argumentações consistentes que o levam mais facilmente ao ganho de uma causa.

Ainda, vale ressaltar que o ramo do Direito de Trânsito é muito próspero, tendo em vista que os números de casos de acidentes, infrações indevidas, empecilhos burocráticos e a busca de garantias relacionadas ao trânsito estão sempre em alta no Brasil, pois há 74 milhões de condutores habilitados no país, segundo o Ministério da Infraestrutura/Denatran, dados que demonstram veemente que quanto maior o número de habilitados, maiores as chances de se envolverem em questões de trânsito.

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